Mais do que boas práticas governamentais, o ESG consolida os objetivos da empresa e mostra onde ela quer chegar
Questões como meio ambiente, sociedade e governança são colocadas em debate, fazendo com que a companhia não priorize apenas o lucro.
Em meio a esse cenário o agronegócio é bastante estigmatizado por outros setores. Porém, acreditamos que a vinda do selo ESG é ideal para dar um mote às empresas agro.
Atualmente, o agronegócio brasileiro já segue algumas diretrizes vindas da Europa, mas o ESG é muito mais abrangente que isso. Ele vem para nos colocar um norte de como uma empresa do segmento pode alcançar a sua verdadeira excelência.
Dos três elementos que formam o selo – sustentabilidade, sociedade e governança – acredito que aquele em que temos maior dificuldade é a governança.
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Com a priorização do meio ambiente, a sustentabilidade pode ser materializada de diferentes formas.
Hoje em dia, temos diversas tecnologias que fazem com que os procedimentos e produtos sejam sustentáveis. Um deles, é a utilização dos produtos biológicos, que nada mais são do que organismos vivos trabalhando pelo bem da safra.
A grande vantagem é que trata-se de um recurso encontrado na natureza e devolvido à própria natureza sem desequilibrar o bioma. O primeiro benefício é a redução do uso de produtos químicos convencionais, o que aumenta consideravelmente a qualidade do alimento, tanto no quesito de sabor quanto também na saúde de quem o consome.
Além disso, esses produtos são ambientalmente mais seguros. Mesmo que ocorra uma superdosagem, não haverá prejuízos ao solo ou lençóis freáticos.
O Brasil é um dos precursores da adoção de produtos biológicos no agronegócio, e a sua utilização é uma das maneiras mais eficientes do setor alcançar o selo do ESG, mas está longe de ser a única.
Uma outra metodologia é a logística reversa, ou seja, o reaproveitamento ou destinação correta de materiais utilizados na cadeia produtiva de uma empresa.
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Esse processo, faz com que produtos nocivos à natureza – desde embalagens até baterias, óleos lubrificantes queimados e pneus – sejam reutilizados e tenham a sua vida útil estendida para outros fins.
Embora o ESG possa colaborar para a sustentabilidade do agronegócio, ele também levanta outras questões.
Uma delas é a social, que se refere, principalmente, às pessoas que vivem ao redor das companhias.
Logicamente, é necessário que a empresa forneça as melhores condições possíveis aos seus colaboradores, por meio de planos de saúde, cesta básica, auxílio estudantil, entre outros benefícios, mas que ela não deve ficar presa somente a isso. Ajudar seu entorno, com apoio a entidades sociais, por exemplo, também é importante.
Quanto mais ela contribuir com a comunidade ao seu redor, mais perto ela estará de conquistar o selo ESG.
Por último, nós temos a questão da governança.
Talvez, seja esse um dos maiores desafios para o agronegócio nacional.
A direção da grande maioria dos negócios do agro se estrutura por meio da sucessão familiar. Ao passarem de pai para filho, as empresas permanecem com as mesmas ideias – e, portanto, com as mesmas diretrizes – de décadas atrás.
É necessário uma profissionalização da gestão para que a empresa não se torne “engessada” em um mundo que está em constante transformação.
Embora tenhamos alguns desafios pela frente, é questão de tempo para o ESG ser disseminado por todo o agronegócio. Assim, além de “tech” e “pop”, o agronegócio será “ESG”.
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Gilberto Vieira de Sousa é Jornalista (MTB 0079103/SP), Técnico em Sistemas de TV Digital, Fotografo Amador, Radioamador, idealizador e administrador dos sites GibaNet.com e cotajuridica.com.br, Redator no Programa Lira em Pauta, Editor da Revista Konect Brazil e do site Assessoria Animal